O ato de educar não
deve se limitar à mera transmissão de conhecimentos, mas também ajudar a
criança na formação de sua autoimagem, possibilitando o desenvolvimento
de atitudes positivas que contribuam para a construção de sua
individualidade e sociabilidade.
Será que nós, pais, professores e adultos em geral, estamos realmente preparados para educar crianças? Estamos exercendo, de forma adequada, nossa função de educadores?
Bem lá no nosso íntimo, quantas vezes nos sentimos inadequados! Possuímos o título de educadores, mas exercemos a função com insegurança. Preocupamo-nos em ser bons transmissores de conhecimentos, bons cobradores de hábitos sociais e desvalorizamos o trabalho humanístico de construção de pessoas. Qual, então, deveria ser a tarefa mais importante dos educadores?
Acredito que, ao lado do ensino, podemos ajudar as crianças a gostarem de si mesmas, procurando comunicar-lhes que são seres humanos, dignos de respeito e consideração, que conviver com elas é um prazer, pois são pessoas cujos sentimentos e idéias têm importância. Aos invés de ficarmos parados em sentimentos de culpa, por não canalizar nossas energias para a busca de meios adequados de educação?
Será que nos preocupamos com a maneira como estamos nos relacionando com nossos educandos? Paramos para pensar quantas vezes somos autoritários no nosso convívio com eles? Muitas vezes, quando reivindicam algo, os menosprezamos e ridicularizamos. Desvalorizar e depreciar os sentimentos das crianças com atitudes impacientes demonstram a elas que não merecem ser ouvidas e consideradas. Acusar, fazer julgamentos, ironizar não podem ser atitudes comuns e naturais nossas.
Crianças não têm referências clara de sua individualidade e são influenciadas na maneira pela qual são vistas e tratadas pelos adultos. ao usarmos palavras que as valorizam, estamos criando pessoas afetuosas, que se respeitam e que respeitam os outros. Além de dizer com palavras o quanto as amamos e as admiramos, podemos, também,demonstrar com isso nossos gestos e atitudes. O importante é o quanto elas se sentem queridas e respeitadas.
A criança só poderá sentir seu valor e amor-próprio quando possuir esse sentimento genuíno de estima. A autoestima é construída a partir da referência recebida dos adultos mais próximos. Quando adulta essa criança só poderá amar seus semelhantes se tiver aprendido a amar a si mesma
Se a criança não teve experiências positivas no inicio da vida, com seus pais, quem sabe será na escola, através de um professor ou colega que ela construirá uma autoimagem positiva e de confiança no seu potencial.
Qualquer situação da vida que leve a criança a se sentir mais valorizada, alimenta sua autoconfiança.
A criança que esta construindo sua autoestima é muitas vezes uma criança tímida e isso dificulta o nosso trabalho de ajudá-la.
O tímido é um perfeccionista, alguém que se cobra de forma permanente. O pavor do desacerto consegue tirar-lhe a serenidade e a aceitação de si mesmo. E, a medida que fracassa, se impõe um ideal de perfeição cada vez mais inacessível e tudo isso influi na construção da autoestima.
De que forma podemos ajudar nossas crianças? Por exemplo, incentivando-a a assumir pequenos riscos e se aceitar como alguém suscetível a erros e que não precisa ser admirado e perfeito o tempo todo; fazendo-o aceitar (e acreditando) no seu valor pessoal; valorizando com ele os triunfos alcançados, mesmo os pequenos e, por fim, levando-o a aceitar (e aceitando) seus possíveis fracassos, como um fato natural da vida de qualquer ser humano.
Fonte: Matéria do blog da Psicóloga Giovanna Mello.
http://voceeamente.blogspot.com.br/2012/05/construcao-da-auto-estima.html